Considerado o 16º maior país da Europa, a Bulgária debruça-se sobre o Mar Negro, com o encantador Danúbio a servir-lhe de fronteira nacional com a Roménia, e a Sérvia, a Macedónia, a Grécia e a Turquia como países vizinhos
A capital, que herda o nome de um violento episódio histórico
Sófia representa uma das mais antigas capitais europeias, remontando ao século VIII a.C., época em que os trácios ali se estabeleceram. Ao longo de todo este período de tempo mudou várias vezes de nome. De Sérdica passou para Triaditsa e Sredets, adquirindo o nome pelo qual é actualmente conhecida apenas em 1376, recordando o nome de uma mártir cristã que, sob o comando do imperador romano Adriano, no século II, foi obrigada a assistir à tortura e à morte das próprias filhas. Deste episódio ficou uma memória inesquecível que desde 1992 é anualmente celebrada a 17 de Setembro. No século IV a.C. pertenceria a Alexandre, o Grande, e seria no ano 29 conquistada por Roma. A sua destruição chegaria pelas mãos dos hunos em 447, tendo sigo reerguida pelo Imperador Justiniano. Já no século XIV assistiria à invasão por parte do Império Otomano, sofrendo então uma forte influência oriental, com a construção de inúmeras mesquitas e de banhos turcos. Da presença turca só se libertaria muito mais tarde, aquando da Guerra Russo-Turca, em 1879. Da sua ligação ao Terceiro-Reich resultaria o bombardeamento sofrido aquando da Segunda Guerra Mundial por parte dos exércitos britânico e americano e a sua posterior união aos Aliados contra a Alemanha nazi.
Actualmente, a cidade constitui um verdadeiro museu vivo com épocas históricas a revelar-se e das quais são exemplo as ruinas romanas, a arquitectura soviética e as influências religiosas e culturais otomana e bizantina. Visita obrigatória à Catedral de Aleksander Nevski, uma das maiores igrejas ortodoxas do mundo, famosa pela cúpula dourada e que celebra os duzentos mil soldados mortos que terá custado ao país em troca da sua independência aquando da Guerra Russo-Turca. A presença dos trácios e dos romanos será facilmente testemunhada numa visita ao Museu de História Nacional e para saber mais sobre o período em que a Bulgária se encontrou por detrás da cortina de ferro, nada melhor do que dar um salto ao Museu de Arte Socialista e assistir aos filmes de propaganda e apreciar a colecção de estátuas e de pinturas.
Para aprofundar o contacto com a cena cultural, há que visitar a National Gallery Kvadrat 500, onde é possível admirar a maior colecção nacional de pinturas medievais, bem como uma impressionante colecção de ate contemporânea, e a Sofia City Art Gallery, onde a história cultural búlgara constitui uma forte aposta. As artes performativas ganham destaque no Sofia Opera and Ballet ou pela mão da Orquestra Sinfónica de Sófia, vibrando a representação no Teatro Nacional Ivan Vazov. Para escapar à agitação e à movida da cidade, nada melhor do que fazer uso da sua localização geográfica e subir às montanhas onde está situado o Parque Natural de Vitosha, a dez quilómetros. Ali poderá dedicar-se ao trekking numa experiência verdadeiramente inesquecível e nos invernos mais rigorosos e plenos de neve, este local é também destino de esqui.
Para os apreciadores de história e de arquitectura, uma viagem à Bulgária obriga necessariamente à visita do Mosteiro de São João de Rila, situado a noroeste dos Montes Rila, a cerca de pouco mais de cem quilómetros de Sófia, no vale do Rio Rilska. É talvez o mais famoso mosteiro da igreja ortodoxa, tendo-se tornado um verdadeiro símbolo da nação búlgara. Integrando a lista de Património Mundial da Unesco em 1983, reúne os estilos árabe, bizantino e romano, sendo considerado como um dos maiores tesouros cultural, histórico e arquitectónico de toda a Europa balcânica.
Mergulhar na história em Plovdiv
Plovdiv, a segunda cidade mais importante da Bulgária, seduz pela animada vida nocturna que se desenrola entre ruínas milenares encavalitadas nas suas sete colinas. Da história destaca-se o facto de ser famosa por representar a mais antiga cidade da Europa e a sexta mais antiga do Mundo. Com um encanto muito próprio, é celebrada pela zona histórica onde coloridas casas do século XIX deram lugar a museus, galerias e a hospedarias. O Anfiteatro de Plovdiv constitui visita obrigatória. Construído no reinado do Imperador Trajano, no século II, foi descoberto em 1972 após um deslizamento de terras, revelando-se um lugar que em tempos acolheu cerca de sete mil espectadores. Actualmente restaurado, é um dos locais de destaque da Bulgária, realizando-se ali eventos especiais e concertos. Uma das mais belas mansões búlgaras, a Balabanov House proporciona a oportunidade de testemunharmos o modo de vida e o estilo ali instalado no século XIX, tendo sido completamente reconstruída durante a década de 70. A sua visita constitui uma experiência a não perder. Outro ponto a conhecer será o Tsar Simeon Garden, concebido em 1892 pelo arquitecto suíço Lucien Chevalas. Representa um dos mais belos pontos da cidade onde, nas noites de Verão, de quinta a sábado, é realizado um espectáculo de música e efeitos de luz sobre as fontes. Para encerrar o percurso em Plovdiv, não poderá dispensar conhecer o Museu Etnográfico, uma das mais emblemáticas casas localizadas na zona antiga da cidade e onde é possível apreciar a vida de Plovdiv na época do renascimento nacional, com destaque para as joias, a cerâmica, as armas, os instrumentos musicais e os móveis antigos ali presentes.
Varna, o destino de Verão de eleição dos búlgaros
Terceira maior cidade búlgara, Varna representa a mais interessante e cosmopolita cidade da costa do Mar Negro. Combinação de cidade portuária, base naval e de resort costeiro, constitui um local ideal para passar umas férias descontraídas, apreciar os vestígios históricos e culturais e desfrutar de praias absolutamente maravilhosas. No centro da cidade, a visita ao maior complexo de termas romanas e ao museu arqueológico, a par com a vivência da cena cultural representam, sem dúvida, um ponto alto, mas Varna é sobretudo conhecida pelas suas praias tranquilas onde todos os anos os búlgaros mais recorrem aquando da época estival para, então, mergulharem no Mar Negro, que terá herdado o nome graças à tonalidade escura que lhe é causada pela forte presença de sais minerais. Em contraponto com Sófia e Plovdiv, Varna proporciona uma vivência mais descontraída sem, no entanto, dispensar os pontos de interesse histórico ou cultural, deixando inegavelmente muitas saudades a quem a visita.