Durante os meses brancos, que vão de Novembro a Abril, enormes mantos de neve desenham as paisagens das estâncias francesas concebidas para acolher quem gosta de esquiar… e os que nem por isso!
Fecham-se as portas ao turismo do calção e da t-shirt, mas abrem-se as portas ao turismo dos coloridos fatos de neve, num cenário deliciosamente branco marcado pelo conforto, animação e pela elegância natural da vida social.
Texto e fotos Fernando Borges
Recolhidos entre a neve e delimitados pelas fronteiras com a Suiça e a Itália, aldeamentos turísticos, hotéis e chalets de madeira das pequenas vilas e típicos povoados dos Alpes franceses aguardam pelo turista com lareiras a cintilar, enquanto no exterior o sempre bem-vindo chocolate ou vinho quente espera-o nos inúmeros bares, restaurantes e esplanadas das estâncias de esqui.
E é esta a imagem principal que se tem quando o Inverno bate à porta do Velho Continente, e os Alpes franceses aparecem de imediato como um destino de eleição e privilegiado para quem procura viver experiências únicas, naturais e autênticas sobre um enorme manto branco.
É este o mundo onde a natureza aparece no seu estado mais puro, levando-nos através dos bosques que vestem de branco as encostas do Monte Branco e as fascinantes paisagens que o rodeiam.
É igualmente o paraíso para imperdíveis passeios em esqui de fundo, em raquetes de neve ou em trenós puxados por cães ao encontro dos mais altos picos alpinos, ou para vertiginosas descidas desses mesmos picos em direcção ao calor das lareiras de sumptuosos chalets e hotéis de montanha que também marcam a paisagem deste mesmo espaço.
É também este o cenário perfeito para aventuras mais ou menos acrobáticas através de centenas de quilómetros de pistas e domínios esquiáveis, de relaxantes banhos em piscinas de água aquecida, dos tratamentos de beleza nos mais luxuosos spa’s e do glamour do aprés-ski.
Mas para conhecer e viver este mundo de experiências e emoções que resultam inesquecíveis, há que visitá-las, senti-las. Desde Chamonix a Courchevel, de Les Arcs a Méribel, ou de Vale de Isère aquela que é conhecida como a Paris dos Alpes, a sempre charmosa Megève.
E quando a escolha se torna difícil, num mundo de opções diversificadas, mas tendo todas elas o esqui como principal atracção, apesar de uma identidade própria, a Ski France International resolveu classificá-las em 7 categorias diferentes de modo que possa orientar-se melhor na escolha daquela que poderá ser a estação dos seus sonhos.
Assim, encontramos as estâncias “Familia Plus”, o primeiro e único selo turístico nacional que avalia as prestações oferecidas às famílias com crianças nas localidades turísticas francesas, pretendendo responder ao máximo às necessidades das famílias com filhos de mais de 18 meses alojados em estações de montanha. E aqui encontramos La Plagne. Les Arcs, Les Gets, Les Menuires ou Merzine.
Mas para a prática de outras formas de esqui ou de viver a neve, desde a iniciação até o aperfeiçoamento, aparecem as estâncias “Novas Modalidades”, como Chamonix e Courchevel, La Plagne e Les 2 Alpes, Tignes ou Val d’Isère.
Sim, claro, ainda existem aquelas estâncias marcadas por um charme especial e uma forma especial do que poderemos chamar de “Arte de Viver”, também chamadas de “Aldeias com Encanto”, e que são as que mais cativam e fazem sonhar o turista que procura as brancas neves para as suas férias.
São aldeias autênticas, sem edifícios modernos e com espaços naturais preservados, onde se pode praticar numerosas actividades de montanha com esqui alpino, nórdico, passeios com raquetas, passeios em trenós com cães… E é aqui que, para além de Chamonix, Meribel ou Val d’Isère, encontramos a romântica e especial Megève.
Mas ainda temos as estâncias “Remise en Forme”, como Val Thorens que oferecem actividades próprias e diferentes de sentir a neve e a manutenção da forma física em estações termais com águas térmicas, as “Grande Domínio”, que permitem aceder esquiando aos vários domínios com um preço fixo único, como Alpe d’Huez, La Plagne, Les 2 Alpes ou Tignes. E as “Espaço Nórdico” que propõem um domínio nórdico excepcional quanto ao comprimento e manutenção, com percursos de “skating” e “passo alternativo”, e com um equipamento de acompanhamento pedagógico especializado, com acontece em Serre Chevalier.
Para terminar as sete categorias criadas pela Ski France International, encontramos as estâncias que combinam o modernismo, o conforto para todos os desportos de inverno e as numerosas possibilidades de actividades aprés-ski e que se caracterizam por oferecerem um vasto conjunto de vários lugares de animação nocturna. São as baptizadas Estâncias “Club” e que têm em Alpe d’Huez e Tignes o melhor exemplo. Mas para quem pensa que os Alpes franceses no Inverno são um espaço reservado para quem pratica esqui, rapidamente essa ideia é posta de lado.
Na realidade, e naturalmente, os Alpes, no Inverno, também acolhem de braços abertos quem gosta do ambiente alegre e descontraído vivido nas estâncias de esqui mas que não quer ou não pode esquiar, oferecendo uma enorme diversidade de outras actividades de diversão e distracção, desenhando produtos específicos para estes novo tipo de clientes que optam pelo não esqui mas que não viram costas ao encanto do branco destas montanhas.
Cada vez mais são as estâncias que consideram que a sua potencial clientela não se limita aos esquiadores “puros e duros”, até porque cada vez mais, entre estes, há os que apreciam também uma pausa nas suas vertiginosas descidas e optam por momentos mais relaxantes e tranquilos, por outras práticas mais descontraídas, principalmente quando as condições do tempo não são propícias para a sua actividade preferida, ou quando a neve teima em não aparecer.
Passeios em raquetes de neve ou a pé por caminhos balizados, são algumas das opções para uma nova ou diferente descoberta dos mais recônditos ângulos ou de um olhar diferente sobre a montanha, passando as opções igualmente por passeios em trenós puxados por cães, pelo esqui de fundo, expedições em motos de neve ou pela patinagem em ringues de gelo.
Mas a diversidade das opções de entretenimento passam também pela qualidade das animações oferecidas pelas diversas estâncias, como competições de pólo na neve, concertos musicais no topo das montanhas, acompanhar a La Grande Odyssee, uma das mais longas corridas de trenó do mundo que ocorre todos os anos nos Alpes franceses, ou ainda assistir a uma partida de hoquei no gelo.
E quando a noite cai, toda esta animação ganha um outro brilho. É quando a diferença entre esquiadores e não esquiadores desaparece completamente, quando os coloridos fatos de neve são substituídos por vestidos envoltos em longos casacos e as pesadas botas por sapatos de salto alto, e quando todos se reúnem nas esplanadas e pubs, no calor dos chalets e hotéis, ou nos restaurantes para desfrutar os mais elaborados pratos e apreciar a gastronomia alpina. Um outro orgulho desta região no centro da Europa.
Para aqueles a quem ainda resta alguma frescura física, as discotecas oferecem um outro tipo de pistas, estas para dançar, e os casinos abrem as suas portas onde deslizam fichas e cartas, enquanto nos pub’s deslizam notas musicais de jazz ou rock entre copos de gin, martini ou whisky.
E quando chega a hora de fazer o corpo descansar, por nós passa a ideia de que, definitivamente, se a natureza criou uma obra-prima, esta chama-se Alpes.