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À boleia do eléctrico 28

À boleia do eléctrico 28

“Nesta Lisboa que eu amo, sinto o mar em cada esquina. Esta Lisboa tem ondas, no andar de uma varina. Cidade tão antiga, cidade amiga. Modesta e bela, varia com as marés. E tem o Tejo a seus pés a chorar de amor por ela.” Simone de Oliveira.

Texto Rita Rufino Fotos Vasco Casquilho

Capital portuguesa, cidade das sete colinas, do fado, da luz e da saudade. Lisboa é cantada nas marchas, homenageada nos manjericos e abençoada pelo Santo António, padroeiro da cidade.

 

Quem todos os dias vagueia pelas suas ruas, na pressa do dia-a-dia, muitas vezes não tem tempo nem vontade de apreciar os seus traços, força e beleza. Quisemos visitá-la e olhá-la como se fosse a primeira vez. Perder-nos nas ruelas, sentir os cheiros e ouvir os sons.

 

Uma visita a Lisboa não faz sentido sem um passeio no eléctrico 28, que é já um ex-libris da cidade. A linha foi inaugurada em 1914 e desde então passou a ser a melhor forma de atravessar as ruas estreitas e apertadas dos bairros históricos. Os eléctricos têm capacidade para 20 lugares sentados e 38 em pé mas na realidade são muitos mais os que entram na esperança de seguirem viagem pelas ruas da capital.

O bilhete tem um custo de 2,85€ e o percurso mais completo demora entre 40 minutos a uma hora, dependendo dos obstáculos encontrados no caminho, como trânsito e carros mal estacionados.

 

O tilintar das campainhas já faz parte da vida dos lisboetas. Das janelas do “Amarelo”, como é carinhosamente apelidado pelos habitantes, é possível apreciar o património histórico e natural que Lisboa tem para oferecer. O percurso começa no Martim Moniz e acaba em Campo de Ourique, no Cemitério dos Prazeres. Há eléctricos que fazem viagens mais pequenas entre a Graça e a Estrela mas não são a mesma coisa.

 

Fizemos questão de subir colinas, vaguear ruas e sermos turistas na nossa própria cidade.

 

 

Chegados à paragem do Martim Moniz fomos confrontados com uma grande fila de pessoas de várias nacionalidades. Em frente, os motoristas de Tuk Tuk tentam, sem grande sucesso, convencer os turistas a não perder tempo e com eles seguirem viagem. Dentro do pitoresco eléctrico há grandes apertos. Muitos turistas atropelam-se na procura de um bom lugar para captar a melhor imagem.

 

Martim Moniz

“Cidade maltratada, de ventre rasgado com cheiro a lixo e obras paradas. Roubando-lhe a beleza num fado de dor”.

 

Avenidas compridas com prédios abandonados e alguns degradados. Ao longo das ruas chegam-nos cheiros fortes e picantes e as lojas colocam-nos a dúvida da língua que falamos. O Martim Moniz é um bairro de vários mundos e este é sem dúvida o seu maior encanto. Aqui, a comunidade chinesa, africana e indiana vive e tem o seu próprio negócio. Há uma grande variedade de odores e sabores que nos levam a viajar pelo mundo sem sair de Lisboa.

Seguimos à boleia no nosso eléctrico que nos leva até à Graça.

Graça

“Cidade bonita, senhora e menina. Com prédios galantes e janelas bordadas”.

 

Subimos a calçada por entre ruas e ruelas onde a arte está presente em cada esquina, com fachadas de prédios cobertas por azulejos das mais variadas cores. Cruzamo-nos com gente de muitas idades que descansa da vida pesada em bancos de jardim. As conversas são altas e os risos estridentes de alguns habitantes. Orgulhosos, reparamos nos olhares deslumbrados nos rostos dos visitantes.

 

Entramos na Igreja do Convento da Graça e somos surpreendidos pela fachada sóbria e elegante, pelos tectos altos e olhares de imagens que nos fixam à passagem. No adro, o miradouro mostra-nos uma das mais belas vistas da cidade, com um panorama de telhados e prédios de vários tons. A esplanada recebe os locais que trocam palavras em horas marcadas, enquanto visitantes de olhos esbugalhados apreciam a vista e fazem pequenos mas justos comentários. Seguimos viagem e paramos em São Vicente.

 

Alfama

Este é o bairro mais antigo e um dos mais típicos da cidade. É impossível ficar indiferente ao espírito bairrista, às casas coloridas e roupas penduradas nas varandas e janelas.

“Alfama atrevida, fadista e brejeira”.

 

Alguns dos pontos turísticos são a Igreja de São Vicente de Fora, o Panteão Nacional e a tão carismática Feira da Ladra onde os vendedores ambulantes poisam as “tralhas” no chão, trocam “dois dedos de conversa” com quem passa e negoceiam valores como se estivessem na banca.

Um pouco mais à frente, deparamo-nos com o Largo de São Vicente e o Miradouro de Santa Luzia. Estamos num dos recantos mais românticos da cidade, com vista sobre os telhados de Alfama e o Rio Tejo. Aqui há um movimento saudável, onde é impossível controlar o tempo.

“Lisboa de ruas cantadas com fados antigos”.

 

Numa cidade enamorada com o sol, as esplanadas estão quase sempre montadas e os empregados convidam-nos a entrar. Somos invadidos pela simpatia dos músicos de rua e pelas mais diversas sinfonias.

Ao descermos para a baixa deparamo-nos com a Sé de Lisboa ou Igreja de Santa Maria Maior. Foi construída sobre uma mesquita muçulmana quando em 1147 o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, conquistou a cidade aos mouros e é, ainda hoje, uma mistura de estilos arquitectónicos.

Ao alcançarmos a Rua da Conceição somos invadidos por agulhas, linhas e botões. Aqui todas as lojas são retrosarias. Recebe-nos uma empregada que conhece bem os cantos à casa e sabe exactamente aquilo que precisamos, mesmo quando nós não temos a mais pequena ideia. São lojas que nos convidam a entrar, com gavetas e gavetinhas e tudo o que precisamos para a arte da costura.

Antes de chegarmos ao café mais emblemático da cidade, passamos pelo Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, pelo Teatro Nacional de São Carlos e pela Companhia Nacional de Bailado.

Chiado

“Lisboa cheia de pressa, com ruas cheias de gente que corre atrás da vida”.

Chegados a um dos bairros mais prestigiados de Lisboa, situado entre o Bairro Alto e a Baixa, deparamo-nos com um grande movimento de pessoas que andam apressadas em busca da própria vida. Desde sempre que o Chiado está ligado a uma forte componente intelectual, liberal e modernista. O café A Brasileira é um dos mais requintados e emblemáticos da capital, outrora frequentado por emergentes artistas como Almada Negreiros e Stuart de Carvalhais. Na esplanada destaca-se a escultura em bronze de Fernando Pessoa, um dos frequentadores ilustres da cafetaria que hoje em dia é uma das obras mais fotografadas pelos turistas.

Houve-se a campainha e corremos para mais uma viagem. Segue-se a freguesia da Estrela, onde no séc. XVIII a nobreza e burguesia se fixaram. Hoje é ainda um dos bairros mais agradáveis, com antigas casas renovadas, sendo muitas delas antigos palácios e palacetes.

Em frente ao jardim, onde os mais velhos jogam às cartas e os mais novos brincam entre arbustos, encontra-se a imponente Basílica da Estrela que é até à data ponto de encontro de muitas gerações. Muitas das habitações do bairro têm vistas para o Rio de tirar a respiração.

E assim é Lisboa, cidade, menina e moça.

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