Reza a lenda que as ilhas Maurícias nasceram de um descuido do deus Shiva que, ao passar no Índico, deixou cair duas gotas do rio Ganges num vulcão e acabou por criar um pedaço de terra paradisíaco. Isto é o que diz a lenda. Mas o que diz o homem que visita estas ilhas localizadas no arquipélago de Mascarenhas, na costa sudeste de África, em pleno oceano Índico, é que poucos lugares há no planeta que sejam tão especialmente fascinantes, tão sinónimo de paraíso natural, de mar azul-turquesa e de areia banca. Um lugar tão especial que dizem que aqui o sol tem sabor a canela e cheiro a café.
Fotos: Turismo Maurícias
No coração do Oceano Índico, a 800 km da costa de Madagáscar, existe uma ilha rodeada de uma barreira de coral, o que faz com que o mar seja calmo e as praias magníficas de água azul e areia branca. Um paraíso onde a exuberante vegetação se mistura com o azul do oceano, repleto de lugares históricos, diversidade cultural e um povo caloroso e acolhedor. A ilha das Maurícias.
Descobertas pelos portugueses, as Maurícias, que parecem ter sido pintadas de verde esmeralda e azul turquesa, uma suave mistura que cativa qualquer visitante e faz sorrir os seus habitantes, que têm na sua natureza outro motivo para que se queira ir e não voltar, motivos que fazem os seus vizinhos “morrer” de inveja.
Maurícias que têm em Port Louis a sua capital, uma cidade que espelha através de muitos dos seus edifícios a origem de grande parte das suas gentes, descendentes de trabalhadores que ali chegaram vindos da Índia após a abolição da escravatura por parte do Império Britânico.
Alguns deles, desses edifícios, símbolos da luta pela liberdade, como o antigo hospital e diversas ruínas que formam o Aapravasi Ghat, classificado pela UNESCO como Património Mundial. A mesma classificação que tem a paisagem de Le Morne, um montanha que foi usada como esconderijo pelos escravos.
Mas se a sua história é uma marca da sua riqueza, também o é a sua natureza formada por belas praias, baías de coral, águas azul-turquesa, peixes exóticos e uma vegetação luxuriante. Apelos constantes para que milhares de turistas ali se desloquem, turismo que é uma das principais actividades das Maurícias
Um turismo cada vez mais de luxo, como o comprovam a Grand Baie, a Ille Aux Cerfs, um ilhéu dentro de um recife de coral e a praia de Blue Bay.
Mas sem dúvida que a sua natureza é o seu principal cartão-postal e um dos seus principais atractivos. E é aqui que encontramos o Parque de Casela, um refúgio para as aves, a baía das Tartarugas, junto da Grande Baía.
Sim, e há as suas praias que se perdem no horizonte e nas águas azul-turquesa, águas que convidam à práctica de diversos desportos náuticos, mas em especial ao mergulho.
A tudo isto juntamos a hospitalidade das suas gentes, gentes que mantêm muitas das seculares tradições, sendo notória a mistura de culturas e harmonia entre crioulos, hindus e nativos. E basta andar pelas áreas mais concorridas de Port Louis, cidade também conhecida por “terra da baunilha” para se sentir esta realidade. Uma realidade sentida nos mercados onde impera o aroma doce e inconfundível da baunilha que é servido como chá nos bares e restaurantes locais.
Uma comunhão que se prolonga ao contacto com a natureza, aos jardins, às praias paradisíacas de Trou Aux Biche e de Belle Mere, e à gigante queda de água submersa, uma outra imagem que marca as Maurícias.
Maurícias onde a cada espaço se escuta o “sega”, uma espécie de reggae que convida a um baile descalço com um rum na mão, onde se vive sem pressas
Talvez tenha sido tudo isto que levou um dia Mark Twain a escrever que “Deus criou as Maurícias e só depois o Paraíso”.